Oi Oi Gente.
Hoje vamos falar de um filme que me afetou emocionalmente e me fez repensar sobre muitas coisas que estão acontecendo na atualidade pelo mundo.
Studio: Universal Pictures
Nacionalidade: Estados Unidos
Gênero: Drama; Policial; Biografia; Comédia
Adaptação: Livro "BlackkKlansman"
Classificação: + 14
Tempo de Duração: 2h 16mins
Elenco:
John David Washington - Ron Stallworth
Adam Driver - Filp Zimmerman
Topher Grace - David Duke
Laura Harrier - Patrice Dumas
Nota: 10/10
Sinopse:
Em 1978, Ron Stallworth (John David Washington), um policial negro do Colorado, conseguiu se infiltrar na Ku Klux Klan local. Ele se comunicava com os outros membros do grupo através de telefonemas e cartas, quando precisava estar fisicamente presente enviava um outro policial branco no seu lugar. Depois de meses de investigação, Ron se tornou o líder da seita, sendo responsável por sabotar uma série de linchamentos e outros crimes de ódio orquestrados pelos racistas.
Minha Opinião:
Eu já vinha querendo assistir esse filme há muitos meses, desde que foi lançado nos Estados Unidos. Infelizmente o filme veio para pouquíssimos cinemas brasileiros, sendo injustiçado juntamente com o filme O ódio que semeiam outro filme que queria muito assistir. Ele nem veio para o cinema da minha cidade, e olha que eu moro na capital da minha cidade.
Quando ele foi indicado ao Oscar eu sabia que era a hora. Honestamente eu me arrependi de ter demorado tanto para assistir, pois é um filme muito importante não somente para entender o mundo na época que o filme retrata, mas também para ver como, mesmo tendo passado vários anos e várias lutas, ainda é necessário muita mudança por parte de toda a população.
O filme conta a vida de Ron, o primeiro policial negro da sua cidade que tenta mostrar para as pessoas a sua capacidade em um lugar muito racista. Ele decidi se infiltrar na Ku Klux Klan ou KKK para tentar derrubar a organização por dentro. Para isso ele tem a ajuda de Filp, um detetive judeu que finge ser o Ron nas reuniões do Klan ou como eles se chamam A Organização.
O filme também trás outros debates, como a luta racial que estava acontecendo na época e como tinham pessoas que queria lutar, entretanto cada um da sua maneira. Ron deseja mudar o sistema por dentro se impondo para as pessoas racistas que existem no seu lugar de trabalho, mostrando que ele também pertence a aquele lugar. Já a Patrice, namorada do Ron, acredita que a unica maneira de mudança é através do combate frente a frente, uma revolução. São momentos bem interessantes que dão uma profundidade ainda maior ao relacionamento deles, já que eles se gostam muito, mas estão de lados opostos, mesmo que estejam lutando pela mesma coisa.
O filme não é muito bom em dá profundidade para todos os personagens que ele cria, mas os principais que nos são apresentados ganham uma camada de desenvolvimento. Um momento que me chamou muito a atenção foi uma parte em que o Filp fala sobre a sua infância e de como ele não foi criado sendo exatamente um judeu, mesmo sendo descendente de um, ele nunca pensou muito sobre isso. Entretanto, depois que eles começaram a investigação ele passou a pensar nisto o tempo todo, especialmente sobre os seus antepassados e o ódio que sofreram apenas por serem que são.
O filme também mostra o ponto de vista de pessoas que participam da Klan e tentam entrar nas suas cabeças para mostrar como eles pensam e porque eles tem esses tipos de pensamentos. Sendo capaz de matar pessoas apenas por uma crença em uma America branca e pura. A frase deles é "Deus abençoe a America Branca".
Em um determinado momento tem uma parte em que o Ron está conversando com o David, líder do KKK, e chama ele de "um verdadeiro herói branco" ao que David responde "existe outro tipo de herói". É um momento simples, mas que mostra como a representatividade em todos os tipos de mídia é importante, pelo menos foi a forma como eu interpretei. Especialmente no momento atual, onde estão ocorrendo vários tipos de mudanças no meio dos comic, onde as principais editoras estão lançando reboots de seus personagens sendo quase todos pertencentes a algum tipo de minoria e como isso criou e ainda cria revoltas.
Vale ainda destacar as atuações maravilhosas, sendo a minha preferida a da Patrice. Ela é uma mulher forte e independente que, apesar de aparecer muito pouco, tem uma importância enorme para a narrativa e fazer o público pensar. Mesmo que o pensamento dela possa parecer extremista o público vê o ponto de vista dela e entende o porquê dos seus pensamentos e das decisões que ela toma.
Ainda tem a fotografia que eu achei maravilhosa, assim como o figurino que é simplesmente perfeito, eu realmente me senti no final da década de 70. Claro que não posso esquecer a trilha sonora que também me fez querer levantar e dançar em determinados momentos e roer as unhas de angustia em outras.
Por fim, só queria dizer que esse filme é maravilhoso. Tem uma atuação incrível, roteiro interessante e uma direção maravilhosa. É uma mistura perfeita entre drama e comédia que vai te fazer rir em determinados momentos e refletir ao final. Recomendo muito para as pessoas que estão curiosas com o filme. Vale muito a pena.
Eu estou torcendo muito para quele ele leve pelo menos um Oscar, em especial o de melhor roteiro adaptado. Apesar que ele esta concorrendo com A Star is Born, que promete fazer um verdadeiro limpa.
Mas fica aqui a minha torcida, esse filme merece!
~ Mykia W. Cherry
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